A EQUIPA
Inês Moura, 39 anos entre cá e lá. Artista, professora e pesquisadora, fascinada por processos artísticos. Eterna curiosa, pois só assim se pode conhecer a vida. Nem sempre procura respostas, mas aceita cada vez mais as perguntas como uma inevitável forma de criar e gerar possibilidades. Entusiasta no que toca a juntar pessoas, lugares, saberes e experiências, através de projectos.
Pela fotografia, desenho, escrita, som, colagem, escultura, instalação e performance, a artista procura construir um corpo de trabalho em torni de conceitos como fronteira, lugar, identidade, pertencimento e migração, aos quais está profundamente ligada pela sua experiência autobiográfica de desterritorialização.
Em 2009, com o projecto "Simbioses", recebeu o prémio BES Revelação, na sequência do qual, teve o seu trabalho apresentado na Fundação de Serralves, Porto e no BES Arte & Finança, Lisboa (curadoria - Aida Castro). Desde então participa em exposições nacionais e internacionais, das quais se destacam ainda as individuais – "Entre Manhãs", 2024 (curadoria Estefânia r.) – Casa-Museu Bissaya Barreto; "Interstício", 2023 (curadoria Miguel von Hafe Pérez) – CAV – Centro De Artes Visuais; e colectivas: "Entre o Céu e a Terra" (2022) – Coleção AA – Igreja das Domínicas – exposição integrada no evento 15 Anos de MACE, Elvas; "Zoom In Zoom Out – Diálogos das Imagens com o Real", 2022 (curadoria Isabel Calado e Lúcia Saldanha) – MNAC, Lisboa; "Chama Plural" 2016 (curadoria Isabella Lenzi) – Consulado Geral de Portugal em São Paulo;
"4Cidades", 2011 (curadoria Carlos Antunes) - CAPC, Coimbra; "51 Passos", (curadoria José Spaniol) 2011 – Paço das Artes, São Paulo, entre outras.
Desde 2023 que tem vindo a desenvolver em co-autoria com Lilian Walker (artista visual) e Rita Maria (compositora e cantora) um novo corpo de trabalho no campo da investigação e criação, com foco nos cruzamentos entre áreas artísticas e processos de improvisação. Desta parceria já resultaram "Som e Gesto em Síntese do Existir", (2023), "Sonoridade Tactil",(2023), "A Voz é Sítio de Existência" (2023) e "Tangente", (2024).
É licenciada em Belas Artes – Pintura, pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa – FBAUL (2009) e Mestre em Artes – Poéticas Visuais e Procedimentos Artísticos pelo Instituto de Artes da Universidade Federal Paulista – IA-UNESP (2013), onde defendeu a dissertação "Entre Portugal e São Paulo um percurso artístico em construção". Entre 2009 e 2011, integrou a equipa editorial e de produção do 4° número da revista MARTE – Da Criação Artística à Intervenção Espacial" – com coordenação editorial: Sara Antónia Matos.
Após quase 12 anos a residir em São Paulo, Brasil, onde desenvolveu igualmente a sua carreira na área da arte-educação como professora e mediadora, de que se destaca a sua passagem pela escola Avenues SP | The World School, regressa a Portugal em Novembro 2020.
Tem lecionado workshops para adultos e crianças a convite de algumas instituições da cidade de Coimbra, como a ANOZERO, CAPC, Casa-Museu Bissaya Barreto, CMC, etc.
É professora no Master em Fotografia Artística do IPCI no Porto.
Clara Moura, 70 anos, professora aposentada, apaixonada pela vida, pela arte, e, acima de tudo, pela arte de viver e habitar poeticamente o mundo, na bela expressão de Holderlin que nos convoca para um modo de estar no mundo em permanente espanto e estranhamento como condição sine qua non de um viver em que a beleza se impõe como regra.
Partindo de uma formação inicial em línguas e literaturas na qual ancora o conhecimento da linguagem enquanto fundamento constitutivo da cultura, (Roman Jakobson fala da predominância da linguagem sobre outros sistemas que considera acessórios e derivados), é na experiência vivida enquanto docente e formadora que a consciência da linguagem como núcleo indissociável da relação com os outros e com o mundo é aprofundada, revelando-nos toda a sua complexidade.
O trabalho com e sobre a linguagem inscreve-se numa linha de pensamento em que, mais do que um simples instrumento de comunicação que nos permite expressar sentimentos e percepções da realidade, a linguagem, elemento primordial de aproximação ao real, é ela mesma constitutiva da nossa percepção, impondo-lhe limites, subjugando-a e moldando o nosso entendimento.
Para além da sua formação em Línguas e Literaturas Modernas, do seu percurso formativo salienta-se o Mestrado em Psicologia e Ciências da Educação com uma dissertação sobre Igualdade de Oportunidades Educativas entre Rapazes e Raparigas (1993), a frequência e conclusão da parte curricular (2007) do Doutoramento em Linguagens, Identidades e Mundialização no âmbito do qual foi desenvolvendo trabalho de pesquisa sobre escrita autobiográfica e testemunhal de mulheres portuguesas emigrantes.
Da sua carreira profissional destacam-se as actividades ligadas à docência como professora de Português e Francês do Ensino Secundário, professora de Didáctica do Francês Língua Estrangeira e Introdução às Ciências de Educação na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Foi formadora na Área de Supervisão de Estágios do Ramo de Formação Educacional da mesma Faculdade onde leccionou também no Curso de Férias e Curso Anual de Português para Estrangeiros.
Possui Certificação como Formadora e Consultora de Formação atribuída pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua.
De 2011 a 2015 foi representante eleita das ONGM (Organizações Não-Governamentais de Mulheres) no Conselho Nacional de Educação.
Foi autora de Manuais Escolares e tem ainda vários trabalhos publicados na área da didáctica, da educação linguística e literária e outros.